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Porque nem tudo o que luz é ouro e nem tudo o que brilha é prata...
E eu queria vir aqui postar coisas interessantes e tal, e inspiradas e tal, mas na realidade este buraco que tenho no peito não me deixa...
Desde o dia 6 de Setembro que me abriram este fosso sem fim, e nada de bom tem advido do mesmo...
A cabeça a mil, a vida a um milhão.
As coisa irrisórias que me passam ao lado, as coisas a que tenho de dar importância mas que não me apetece.
Queria fugir, mas estou colada ao chão. Queria falar, mas nem sei por onde começar...
Gostava de escrever, mas só me sai, literalmente, merda dos dedos.
Já pensei que seria melhor ir consultar um médico e voltar às velhas drogas, alguém me alertou que era melhor não. Um daqueles "vintage friends", que está atento e sabe o que diz...As drogas funcionam, e depois como será? Os problemas, as dores não desaparecem miraculosamente... Irá continuar tudo exactamente como estava até aqui. Portanto ideia posta de parte.
A busca pela mudança continua...Mudança de atitude perante as adversidades...Com muita ajuda, se querem que lhes seja sincera...Até os meus colegas mais desatentos, reparam que o meu estado, que nunca é o normal, agora descambou mesmo...Que é difícil, complicado e tortuoso, acho que já deixei claro, em quase todos os posts que coloquei a falar sobre a doença do meu pai...Malditas doenças.
Morrer de cancro, é como ditarem-nos a sentença para amanhã, mas ficarmos presos num redemoinho, que todos os dias retorna ao inicio...Sabemos que vamos morrer, que não se pode fazer nada, que a qualidade de vida é praticamente nula, mas ainda não é hoje...Talvez daqui a nada, daqui por umas horas, se calhar amanhã, quem sabe para a semana...Acompanhar isto, é...É o que é. A impotência, a angústia, a revolta...É lidar com o luto precoce, com a dor da perda, com a raiva e frustração, que depois, quando a embalagem já não é suficiente, transborda para todos os sentidos da nossa vida, o que ainda a torna mais complicada...
Phuta de vida esta minha.
Eu quero queixar-me, eu gostava de saber extriorizar isto, partir as fuças a alguém, pegar num taco de baseball e desatar a partir vidros...Mas não adianta.
Se tenho de aguentar, que me aguente...Só não sei como o hei-de fazer, nem até que ponto o conseguirei.
Acho que chego à conclusão que afinal, além de não ser de ferro, também não sou a super-mulher...
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