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O "câncaro", essa doença malvada...

por lady magenta, em 21.09.12

E cá continuamos nesta vida, com estas coisas "maravilhosas", que esta doença "fantástica" nos trouxe...

 

Vejamos então, os acontecimentos dos últimos dias;

 

o meu pai caiu da sanita, atribuiu a culpa à minha mãe. "Foi ela que me empurrou!"...

 

o meu filho mais novo, diz que se calhar, o avô não está bom da cabeça...Porque quer que o comando da TV funcione, mas sem o infravermelho virado para a TV...

 

o meu pai acha que eu sou a minha irmã, repete vezes sem conta o nome dela, e não sabe dizer o meu nome...

 

a minha mãe resolveu ter um fanico no meio da rua, teve de ser transportada a casa pelos vizinhos...

 

eu resolvi ir fazer uma pequena cirurgia, sozinha, e quando saí do hospital, aparentemente bem, senti-me mal, tão mal, que andei durante uma hora a dormir dentro de um autocarro!!! (quando cheguei ao destino, mal conseguia andar, mas cheguei a casa...)

 

Depois existem ainda coisas mais fantásticas, como o facto de o meu pai se conseguir levantar por artes mágicas sozinhos e, andar a despir-se pela casa, deixando por exemplo, a fralda na banheira e o resto da roupa por onde calha...

Ou ainda, o facto de arrastar tanto as palavras, que para o entendermos, primeiro gravamos o que diz em "slow motion", e depois passamos a gravação em "fast forward"...

Há ainda o facto extraordinário de o meu filho mais velho estar a reagir à morte do pai como uma espécie de adulto, o que me faz muita confusão, porque aos meus olhos ele continua a ser o menino loirinho, que canta o "poquinho cameu uma belota"....

...

Não sei se é de propósito ou não, mas até certas pessoas chegadas a mim, dizem que estou fria e mais arrogante...(Amigos, não é por mal, é mesmo de propósito...)

Só tenho mais uma coisa a escrever, se alguns de vós, que me conhecem, que privam comigo, ou então, que conhecem quem esteja a passar pelo mesmo que nós e tenham atitudes idênticas, façam um favor a vós próprios...Levantem os olhos dos vosso "umbigos" e pensem bem, se conseguiriam viver esta vida maravilhosa, agrilhoados desta maneira e a viver a verdadeira prisão domiciliária...

Como vêm pelo meu relato, destes últimos dias, nem tudo é mau na doença cancro, também temos momentos em que o choro é trocado por gargalhadas monumentais, porque temos muito tempo pela frente para chorar....

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publicado às 21:50


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