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Porque nem tudo o que luz é ouro e nem tudo o que brilha é prata...
(imagem retirada da net)
Estes dias têm sido a correr...Não fosse o facto de estar de férias, não sei como me conseguiria desdobrar em 3000, como tenho feito. Ele é telefonemas, ele é mensagens, ele é duas visitas diárias ao hospital, ele é filhos, ele é marido...
O pai lá está. Ontem sem dores, finalmente, só com uma moinha por baixo das costelas, que teima em não o largar...Com uma dieta hipercalórica e hiperproteíca, a sopas e sumos. Continua sem dormir, já que o "vizinho" da frente ressona mais que um porquinho da Índia...Mas ao menos não tem dores e, isso vale a estadia, sem previsão de saída, dos aposentos hospitalares... Quarto com vista para o castelo de S. Jorge e a Mouraria, comida a horas.
Ontem foi um dia menos mau, apesar da correria e dos quilómetros percorridos pelas ruas da cidade.
Ontem dormi menos mal, pois sei que apesar da amargura pelo momento que chegou, não sofres tanto fisicamente...
Ontem gostei do teu gesto, de ver com estes olhos, o teu gesto de ternura para com a mãe...Nunca precisámos de palavras para saber o que nos vai na alma...Ontem percebi que tens medo, mas sabes, eu ando aterrorizada...
(imagem retirada da net)
Depois de 12 horas seguidas no "hospitalucho", rodeada de gente e pessoas, com todo o tipo de maleitas reais e imaginárias, dou por mim a falar com a horda de amiguinhos imaginários que me acompanham desde sempre..."please...eu devia ter seguido medicina...corria tudo a injeções de morfina que era uma beleza!"
Não faço ideia de como todo o pessoal hospitalar aguenta a pressão. Eu por mim, como sofro de uma loucura atípica, insiro-me que nem uma luva em hambientes tresloucados... Ele era unhas encravadas, ele era dores de toda a espécie e feitio, ele era noites mal dormidas devido à crise generalizada... Os verdadeiros doentes, calados. Resignados à sua condição. Macas, cadeiras de rodas, muletas com fartura. Pessoas a indagar as doenças alheias, sôfregas pela desgraça alheia e, presas a uma espécie de "ranking" para ver quem padecia do mal maior... No meio de tudo os profissionais. Resignados à sua condição laboral, num país que vai de mal a pior em termos de saúde... Os nossos senhores politicos, deviam passar estas mesmas 12 h. num hospital público para terem noção da realidade... 6 horas á espera de um exame que tarda, não só devido ao fluxo de pacientes e demora do exame em questão, mas também porque a única máquina de serviço, teima em avariar a cada 2 h.
Este país não é para velhos...E pelo vistos, nem para doentes.
# Update;
No meio do cenário dantesco que é um hospital público, existem realmente profissionais na verdadeira acepção da palavra.
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